Embora a Inteligência Artificial (IA) ofereça enormes vantagens a nível de acesso à informação no ciberespaço e permita novas oportunidades de expressão e participação, nasce, também, uma verdadeira dificuldade, que se intensificou em vários pontos do Mundo: a repressão digital.
Segundo a Freedom House, uma organização não-governamental, a liberdade na Internet e nível global caiu pelo décimo terceiro ano consecutivo. No Irão, o acesso à Internet foi restringido e o WhatsApp e o Instagram foram bloqueados. Em Mianmar e no Irão, várias pessoas foram condenadas à morte por crimes relacionados com a expressão online. A repressão à liberdade de expressão também é hábito na China, onde muitas pessoas são presas por partilharem opiniões online.
Além do já exposto, a IA, principalmente a inteligência artificial generativa, potencializa campanhas de desinformação online. É utilizada pelos Governos para manipular discussões online, difamar oponentes e influenciar o debate público. Mais ainda, permite aos Governos melhorar a censura online ao implementar a aprendizagem automática para eliminar o discurso político, social e religioso diferente do seguido pelo próprio Governo.
Deste modo, a IA pode funcionar como um instrumento de repressão digital, tornando a censura, vigilância e a disseminação de desinformação mais rápidas, impercetíveis e eficazes. Cabe aos decisores políticos democráticos a função de proteger e defender uma Internet livre, segura e aberta e de regulamentar a implementação e desenvolvimento de ferramentas de IA através de padrões de Direitos Humanos, transparência e responsabilização
Fontes:
- https://freedomhouse.org/report/freedom-net/2023/repressive-power-artificial-intelligence#the-repressive-power-of-artificial-intelligence
- https://unescoportugal.mne.gov.pt/pt/temas/promover-a-liberdade-de-expressao/liberdade-de-expressao-na-internet
Artigo Redigido por Diana Godinho